terça-feira, 27 de outubro de 2009


GREGORIO DE MATOS




Nascimento
23 de dezembro de 1636Salvador da Bahia
Morte
26 de novembro de 1695Recife
Nacionalidade
brasileira
Ocupação
poeta
Escola/tradição
Barroco

BiografiaGregório nasceu numa família com o poder financeiro alto em comparação a época, empreiteiros de obras e funcionários administrativos (seu pai era português, natural de Guimarães). Legalmente, a nacionalidade de Gregório de Matos era portuguesa, já que o Brasil só se tornaria independente no século XIX.
Em 1642 estudou no Colégio dos Jesuítas, na Bahia. Em 1650 continua os seus estudos em Lisboa e, em 1652, na Universidade de Coimbra onde se forma em Cânones, em 1661. Em 1663 é nomeado juiz de fora de Alcácer do Sal, não sem antes atestar que é "puro de sangue", como determinavam as normas jurídicas da época.
Em 27 de Janeiro de 1668 teve a função de representar a Bahia nas cortes de Lisboa. Em 1672, o Senado da Câmara da Bahia outorga-lhe o cargo de procurador. A 20 de Janeiro de 1674 é, novamente, representante da Bahia nas cortes. É, contudo, destituído do cargo de procurador.
Em 1679 é nomeado pelo arcebispo Gaspar Barata de Mendonça para Desembargador da Relação Eclesiástica da Bahia. D. Pedro II, rei de Portugal, nomeia-o em 1682 tesoureiro-mor da , um ano depois de ter tomado ordens menores. Em 1683 volta ao Brasil.

PADRE ANTONIO VIEIRA


António Vieira (Lisboa, 6 de fevereiro de 1608Bahia, 18 de Julho de 1697) foi um religioso, escritor e orador português da Companhia de Jesus. Um dos mais influentes personagens do século XVII em termos de política, destacou-se como missionário em terras brasileiras. Nesta qualidade, defendeu infatigavelmente os direitos humanos dos povos indígenas combatendo a sua exploração e escravização. Era por eles chamado de "Paiaçu" (Grande Padre/Pai, em tupi).
António Vieira defendeu também os judeus, a abolição da distinção entre cristãos-novos (judeus convertidos, perseguidos à época pela Inquisição) e cristãos-velhos (os católicos tradicionais), e a abolição da escravatura. Criticou ainda severamente os sacerdotes da sua época e a própria Inquisição.
Na literatura, seus sermões possuem considerável importância no barroco brasileiro e português. As universidades frequentemente exigem sua leitura

PRINCIPAIS OBRAS


















CARACTERISTICAS E CONTEXTO






O barroco apareceu no Brasil quando já se haviam passado cerca de cem anos de presença colonizadora no território; a população já se multiplicava nas primeiras vilas e alguma cultura autóctone já lançara sementes. O barroco não foi, assim, o veículo inaugural da cultura brasileira, mas floresceu ao longo da maior parte de sua curta história "oficial" de 500 anos, num período em que os residentes lutavam por estabelecer uma economia auto-sustentável - contra uma natureza selvagem e povos indígenas nem sempre amigáveis - até onde permitisse sua condição de colônia pesadamente explorada pela metrópole. O território conquistado se expandia em passos largos para o interior do continente, a população de origem lusa ainda mal enraizada no litoral estava em constante estado de alerta contra os ataques de índios pelo interior e piratas por mar, e nesta sociedade em trabalhos de fundação se instaurou a escravatura como base da força produtivaNasceu o barroco, pois, num terreno em luta, certamente com muito sofrimento e incerteza nos longos séculos de construção de um novo e imenso país, mas também com muita paixão, coragem e religiosidade, e não menos deslumbramento diante da paisagem magnífica, sentimento que foi declarado pelos colonizadores desde início [2]. Sendo uma corrente estética e espiritual cuja vida está no contraste, no drama, no excesso, talvez mesmo por isso pôde espelhar a magnitude continental da empreitada colonizadora deixando um conjunto de obras-primas igualmente monumental. O barroco, então, confunde-se com, ou dá forma a, uma larga porção da identidade e do passado nacionais; já foi chamado de a alma do Brasil [3]. Significativa parte desta herança em arte, tradições e arquitetura hoje é Patrimônio da Humanidade.O barroco no Brasil foi formado por uma complexa teia de influências européias e locais, embora em geral coloridas pela interpretação portuguesa do estilo. É preciso lembrar que o contexto econômico em que o barroco se desenvolveu na colônia era completamente diverso daquele que lhe dava origem na Europa. Aqui o ambiente era de pobreza e escassez, com tudo ainda por fazer. Por isso o barroco brasileiro já foi acusado de pobreza e incompetência [4] quando comparado com o barroco europeu, de caráter erudito, cortesão, sofisticado e sobretudo branco, apesar de todo ouro nas igrejas, pois muita coisa é de execução tecnicamente tosca, feita por mão escrava ou morena. Mas esse rosto impuro, mestiço, é que o torna tão único e inestimável.
Também é preciso assinalar que o barroco se enraizou no Brasil com certo atraso em relação à Europa, e este descompasso, que se perpetuou por toda sua trajetória, por vezes ajudou a mesclar, de forma imprevista e deliciosa, elementos estilísticos que se desenvolviam localmente com outros externos mais atualizados que estavam em constante importação. Os religiosos ativos no país, muitos deles literatos, arquitetos, pintores e escultores, e oriundos de diversos países, contribuíram para esta complexidade trazendo sua variada formação, que receberam em países como Espanha, Itália e França, além do próprio Portugal. O contato com o oriente, via Portugal e as companhias navegadoras de comércio internacional, também deixou sua marca visível nas chinoiseries que se encontram ocasionalmente nas decorações e nas raras estatuetas em marfim remanescentes.
Como exceção interessantíssima, a mão indígena é perceptível em obras de arte realizadas exclusivamente por índios ou em colaboração com os padres catequistas, fenômeno ocorrido no âmbito das Reduções jesuíticas do sul e em casos pontuais no Nordeste. Por fim, mas não menos importante, está o elemento popular e inculto, tantas vezes naïf, evidente em boa parte da produção local, já que os artistas com preparo sólido eram poucos e os artesãos autodidatas ou com pouco estudo eram a maioria do criadores, pelo menos nos primeiros dois séculos de colonização. Neste cadinho de tendências são detectados até elementos de estilos já obsoletos como o gótico em fases tardias como o fim do século XVIII, na obra de mestres como o Aleijadinho.

Religiosidade

Assim como em outras partes do mundo onde existiu, o barroco foi no Brasil um estilo movido pela inspiração religiosa, mas ao mesmo tempo de enorme ênfase na sensorialidade e na opulência dos materiais e formas, num acordo tácito e ambíguo entre glória espiritual e êxtase carnal. Este pacto, quando as condições permitiram, criou algumas obras de arte de enorme complexidade formal, que faz-nos admirar a perícia do artesão e a inventividade do projetista - amiúde anônimos. Basta uma entrada num dos templos principais do barroco brasileiro, seja em Minas, seja em Salvador, para os olhos de pronto se perderem num quebra-cabeças de formas e cores, onde as imagens dos santos são emolduradas por esplendores, cariátides, anjos, guirlandas, colunas e entalhes em volume tal que não deixam um palmo quadrado de espaço à vista sem intervenção decorativa, num luxo prodigamente materialista onde foi gasto muito ouro. Como disse Germain Bazin, ”para o homem deste tempo, tudo é espetáculo" [5].

Barroco no Brasil
O barroco, no Brasil, foi introduzido no início do século XVII pelos missionários católicos, especialmente jesuítas, que trouxeram o novo estilo como instrumento de doutrinação cristã. O poema épico Prosopopéia (1601), de Bento Teixeira, é um dos seus marcos iniciais. Atingiu o seu apogeu na literatura com o poeta Gregório de Matos e com o orador sacro Padre Antônio Vieira, e nas artes plásticas seus maiores expoentes foram Aleijadinho, na escultura, e Mestre Ataíde, na pintura. No campo da arquitetura esta escola floresceu notavelmente no Nordeste, mas com grandes exemplos também no centro do país, em Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro. Na música, ao contrário das outras artes, sobrevivem poucos mas belos documentos do barroco tardio. Com o desenvolvimento do neoclassicismo a partir das primeiras décadas do século XIX a tradição barroca, que teve uma trajetória de enorme vigor no Brasil e foi considerada o estilo nacional por excelência, caiu progressivamente em desuso, mas traços dela seriam encontrados em diversas modalidades de arte até os primeiros anos do século XX.